O fio do tempo que costura a vida, o fio do tempo da memória, o fio que passava entre os teus dedos enquanto você costurava, o fio da saudade que me mata.
Mãe, há tanto tempo você se foi e ainda tenho vivo em minha lembrança o barulho da máquina de costura e a imagem das suas mãos correndo sobre o tecido. Lembro-me dos seus olhos atenciosos, que se revezavam entre a costura e eu, dos seus cabelos que se soltavam e caiam sobre a testa. Lembro-me da luz que entrava pela janela e iluminava o seu rosto tão lindo e o seu sorriso doce.
Minha mãe, há tantos anos já não tenho você comigo. Como eu era feliz quando tinha os seus braços em volta de mim, quando tinha o seu colo para me deitar, quando tinha as suas mãos para me afagar. Todos os dias eu penso em você.
Eu revisito sempre a nossa história, desde onde a minha memória me permite, revivo cada detalhe porque eu não quero lhe esquecer. Faço dos fragmentos das minhas lembranças uma colcha de retalhos para me envolver. Pensar em você, lembrar de você, é manter você viva e em cores dentro do meu coração e na minha vida.
Quem me dera hoje, no dia em que você faria aniversário, poder lhe abraçar e dizer como eu amo você.